sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Os desafios da indisciplina


Será a partir da reflexão do professor sobre sua prática e uma possível mudança na sua forma de atuar, que poderemos observar uma transformação dos comportamentos na escola. O professor, hoje ele pode ter um papel revolucionário (ainda que correndo o risco, ao afirmarmos isto, de sermos chamados de 'jurássicos', de utópicos). Esta onda neoliberal, que está aí quebrando todas as esperanças, tem muitos interesses não explicitados. O professor lida sim com a esperança, com a utopia; isto faz parte da essência do seu próprio trabalho.
Sem autoridade não se faz educação; o aluno precisa dela, seja para se orientar, seja para poder opor-se (o conflito com a autoridade é normal, especialmente no adolescente), no processo de constituição de sua personalidade. O que se critica é o autoritarismo, que é a negação da verdadeira autoridade, pois se baseia na coisificação, na domesticação do outro.
Sentimos necessidade de apontar para a mudança de enfoque: em vez de culpa, é preciso falarmos de responsabilidade. A culpa, por ser de fora para dentro, leva ao julgamento e à atitude de defesa, de transferência, de procurar jogar novamente para fora, buscando outro culpado; a preocupação maior acaba ficando em achar o culpado e não em resolver o problema. A responsabilidade, por ser algo mais de dentro para fora, chama para a ação, para o compromisso com a superação.
Kamila Caiafa

Um comentário:

  1. Este desafio há que se alicerçar no tripé: AMOR, RESPEITO e LIMITE, interdependentes entre si, estes valores, NA DOSAGEM CERTA, estabelecem as regras a serem observadas. Tentar impor limites através da “lei do mais forte”, sob ameaças, agressões ou chantagens é um grande erro que muitos professores cometem freqüentemente.
    O aluno que se sente desrespeitado, humilhado e subjugado por um professor jamais vai respeitar, valorizar ou obedecer de livre e espontânea vontade a este professor. Já o aluno que é tratado pelo professor com AMOR E RESPEITO, normalmente vai admirar, valorizar, respeitar e ter prazer em seguir suas orientações, se sentindo seguro e amparado com os LIMITES que lhe estão sendo estabelecidos.
    Essa mudança está nas mãos transformadora do professor, já que este é o responsável pela transmissão do conhecimento que o aluno necessita.

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